terça-feira, 5 de abril de 2011


Cristo é a Ressurreição e a vida - Watchman Nee




"Conhecer a cruz é conhecer a ressurreição".
“Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida.” Jo 11:25
Nas questões espirituais somos confrontados com um sério problema. Frequentemente pessoas servem a Deus com habilidades naturais, em vez de servirem com as (habilidades) da vida de ressurreição. Muitos tem zelo, mas poucos tem um zelo ressurreto – um zelo que passou pela morte e ressurreição. Observamos vários irmãos trabalhando hábil e diligentemente e, no entanto, essa habilidade e diligência são do primeiro grupo – o natural – e não do segundo, pois não passaram pela morte. Se nossa vida perante Deus é vivida no poder desses elementos naturais, não podemos dizer que tenhamos vida de ressurreição.
Alguém pode perguntar: “O que é Corpo de Cristo?” O Corpo de Cristo é de onde a ressurreição de Cristo é manifesta. Em outras palavras, o que quer que não pertença à ressurreição, não tem qualquer parte no Corpo de Cristo. A Igreja não é o lugar onde você introduz algo da sua inteligência e eu acrescento algo da minha habilidade em lidar com as pessoas. A Igreja não é edificada através da nossa contribuição com habilidades materiais. A Igreja exclui tudo o que é natural e aceita somente o que é ressurreto. Sempre que o natural se manifesta, a Igreja perde o seu caráter. Na Igreja não pode haver nenhum elemento que não seja ressurreto.
Muitos irmãos perguntam como a Igreja pode ser uma. Temos que compreender quão fútil é tentar alcançar a unidade pelos meios humanos. Os filhos de Deus precisam conhecer à unidade. Nenhum método é efetivo, a menos que o povo de Deus experimente o Calvário. Nenhum problema na Igreja é resolvido quer por estratégias ou engenhosidade humanas. Na Igreja não há lugar nem para a carne, nem para o que é natural, pois ambos a danificarão. É bem verdade que a Igreja requer as contribuições e os ministérios dos homens; no entanto, deve haver a marca da morte sobre eles. Ressurreição é ser útil tendo a marca da morte. O próprio Senhor é a ressurreição, e Ele deseja ter uma Igreja ressurreta.
Se desejamos ter tal experiência, então devemos nos voltar para Deus para que Ele faça a Sua obra em nossas vidas. Talvez estejamos bastante familiarizados com muitos ensinamentos; no entanto, sem recebermos um golpe básico do Senhor, permaneceremos os mesmos. Algumas vezes escorregamos e caímos. É verdade que sentimos a dor; no entanto, ela dura por poucos dias ou meses. Mas se houvéssemos sido golpeados por Deus e suficientemente quebrantados, não ficaríamos doloridos por apenas uns poucos dias ou poucos meses; conservaríamos essa ferida por toda a nossa vida. Mancaríamos para sempre diante de Deus e a marca da cruz estaria sempre sobre nós.
Muitos anos após Paulo ter tido a visão na entrada de Damasco, ele deu o seguinte testemunho: “Pelo que... não fui desobediente à visão celestial” (At 26:19). Se o Senhor tiver misericórdia de nós e um dia nos golpear severamente, nosso velho eu nunca será capaz de se levantar novamente. A ferida permanecerá em nós para sempre. Da mesma forma, como era possível tocar a ferida assim nunca desapareceria das vidas dos que hoje conhecem o Senhor como a ressurreição. Experimentando esta ferida, nunca mais nos atreveremos a orgulhar em nós mesmos e em nossa força. Uma vez abatidos pelo Senhor, não nos levantaremos mais. Que as marcas da cruz sejam cada vez mais evidentes em nossas vidas.
Nesta matéria, toda artificialidade é inútil, pois tudo aquilo que é simulado logo será esquecido. Mas uma vez que o sacrifício é colocado no altar e imolado, ele não se levanta nunca mais. Se sofrermos esse golpe, compreenderemos então quão incapazes, acabados e nulos somos. O nosso conhecimento da ressurreição é testificado por esta marca de morte. Conhecer a cruz é conhecer a ressurreição. Oh! Quantas são as coisas que nunca se levantarão novamente; se foram para sempre ao passar pela cruz. Somente o que pode resistir à cruz possui valor espiritual. O que entra na sepultura e ali permanece é algo morto, no entanto o que sai da sepultura levando a marca da cruz é ressurreição.
Oremos para que verdadeiramente possamos conhecer que Cristo é a nossa ressurreição e a nossa vida. Que o Senhor possa eliminar muitas coisas em nós. Que somente Ele nos leve a ter mais da Sua vida, como também menos de nós mesmos. Quão frequentemente vivemos de acordo com o que é natural, não conhecendo a disciplina de Deus e nem a cruz. Peçamos ao Senhor que, em Sua misericórdia, o que é natural possa gradativamente diminuir em nós, enquanto que o ressurreto possa ser cada vez mais manifesto. Que a vida e a ressurreição possam ser realidades – não teorias – para nós. Possa Ele nos mostrar que não há ressurreição quando apresentamos nossas ações naturais, pois só produzem o que é natural e carnal. Possa Ele expor a nossa carne pela luz da ressurreição. Se ainda não conseguirmos ver, que o Senhor seja misericordioso. Amém!
Extraído do Livro: “Cristo, a Essência de Tudo o que é Espiritual” – Ediçöes Tesouro Aberto

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